SAUDADE 1
Faz tempo que não escrevo
Uma trova pra você
Vou plantar um pé de trevo
Daqueles que a gente vê
Nas praças onde me atrevo
A entrar pulando frevo
Sem mesmo saber porquê
Mas a vontade é tanta
De fazer uma trovinha
Que à hora em que o galo canta
Lá no quintal da vizinha
Minha caneta levanta
Pega um papel – que me espanta!
E escreve a primeira linha...
Fica esperando por mim
Para dar continuidade
A noite já chega ao fim
Já começa a claridade
Me espreguiço e digo sim
Começo a escrever assim
E já me vem a saudade
Saudade que vem comigo
Sempre que estou acordado
É que nem o fogo amigo
Que atira pro lado errado
Porque parece castigo
Esquecer não mais consigo
Já é um fato consumado
Bicho danado é o amor
Pior que bicho de pé
Espinho que dá em flor
Nariz que cheira rapé
É vício de sofredor
Que ama mesmo na dor
E onde a esperança é a fé!
Ineifran Varão
Um comentário:
Bom dia, uma linda poesia, sensível e terna contundente nas suas inspirações líricas, adorei! Parabéns, abraços.
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